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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

DI PEDRA


Por: Alexandre Mendes

A rocha que bate em meu peito
foi lapidada por um sujeito
que um dia eu chamei de pai
brincou comigo, me levou pra passear
e se esqueceu de tudo isso
no meu primeiro barbear

nunca mais foi o mesmo
eu, de pé na estrada
e ele, de carrão
quase um filho bastardo
em pé no semáforo,
mariolas na mão

-Não sobrou nada,
caro estranho, nada,
nada pra você
vai virar concreto em obra
não reconheço o teu cheiro
tenho mais o que fazer!

Na minha rocha
não há mais espaço
nenhuma brecha
pra aquele que me gerou.

Um comentário:

  1. E na minha rocha também não há espaço e nenhuma brecha pra aquele que me gerou. Ele é o abismo e eu sou seu filho.

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