mondelingegeskiedenis.blogspot.com

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

PROMOÇÃO: O Anjo Maldito

O blog Red Rose, da nossa querida Suzy Ramone, está dando um exemplar do livro "O Anjo Maldito", para quem se destacar nas regras da promoção.


-http://susyramone.blogspot.com/2010/12/promocao-o-anjo-maldito.html  


Entra lá, participa e boa sorte!


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

ESPONTÂNEA PRESSÃO

Por: Alexandre Mendes
   
  Sentou na velha cadeira de madeira, corroída pelos cupins. Apoiou o braço esquerdo sobre a mesa de metal. A mão direita levou o cigarro barato até a boca.
--- Bom dia. Podemos começar? Está pronto? --- Perguntou o médico na outra extremidade da mesa, com o indicador direito pronto para apertar o PLAY do gravador.
--- Bom dia. Estou. --- Deu uma longa baforada.
--- Pois bem. Diga seu nome, idade e fale sobre a sua infância e família. --- Disse o doutor, em tom paciente.
Dirigiu seus olhos para a umidade que decorava o teto da sala, deu um suspiro e iniciou seu depoimento.
--- Meu nome é Karl... Karl Staaden. Tenho 45 anos, nasci e cresci numa fazenda, em uma colônia alemã, no sul do país. meu pai era lavrador. Com ele aprendi muitas coisas... umas eu gostava, outras não.
--- Defina as coisas que gostava e as que não gostava. --- Indagou o doutor, olhando distraidamente para o relógio de pulso.
--- Bom, não gostava da minha vida lá. Arar a terra? Coisa pra gente inferior! Nunca me adaptei ao serviço. Meu pai, bem que tentou me fazer trabalhar com ele, mas não conseguiu. Fui embora, e vim parar aqui no Rio. O quê eu gostava? Das coisas que meu pai dizia sobre a Grande Guerra...; da farda impecável; da superioridade dos alemães. Meu pai participou da 2ª Guerra... Te falei isso? --- Disse, enquanto cutucava o nariz com o indicador esquerdo.
--- Não. Ainda não havia comentado. Seu pai foi nazista?
--- Sim. Meu pai serviu a pátria em uma das tropas do Terceiro Reich. A guerra acabou e o inimigo venceu. Meu pai conseguiu fugir e veio parar no Brasil (tosse), veio parar lá no sul, dentro de um navio. Acho que em 1946... algo assim.
--- E sua mãe? --- Retruca o doutor com os olhos cerrados.
--- Minha mãe? Conheceu na colônia eu tenho os olhos verdes como os dela. Estufou os seios, orgulhoso.
--- Hum... E quando foi embora? --- Pós- graduado bocejando.
--- Assim que senti o toque de Deus e a missão que me dera.--- Respondeu o paciente, enquanto pisava na binga do cigarro, embaixo da mesa.
---- Missão? Fale-me mais sobre isso? --- Pergunta o médico, sonolento.
O paciente fechou os olhos, meteu a mão no bolso da calça e trouxe mais um cigarro à boca.--- Tem fogo?
Sim. --- O profissional puxou um isqueiro do bolso esquerdo do jaleco branco e o acendeu para o consultado. --- Karl, a sua missão... fale dela.
--- Eu fracassei... Exterminar todas as raças inferiores (olhos lacrimejando)... Falhei com Deus (lágrimas descendo)... Falhei com meu pai (maquiagem borrando) . Logo de primeira, quando eu ía executar um negro com minha faca, em um ponto de ônibus, eu fracassei (Choro convulsivo)
Acalme-se... Tome um lenço. --- Estendeu o pano, o doutor, utilizando toda a técnica acadêmica que possuía. --- Você pode ter fracassado em sua missão, mas sabe, às vezes te vejo no pátio, as vezes no corredor... Não me parece tão infeliz assim!
 Dolores enxugou as lágrimas e a lama da maquiagem que se formava em seu rosto. Deu um suspiro, uma baforada no cigarro e desabafou:
--- Sabe Doutor, na verdade, todos os meus sorrisos e rebolados neste inferno, tudo o que o senhor vê e escuta por aí, tudo mentira!Não consegui matar o tal negro no ponto de ônibus com a minha faca e ele me reconheceu. Acabei vindo parar aqui, numa cela com 46 presos, aproximadamente. Eu era o único branco legítimo alí dentro! Tentei doutriná-los sobre a posição social em que deviam se manter. E veja o que fizeram comigo!(De volta a choradeira).
--- Calma, calma... --- Disse o médico, com os olhos avermelhados de sono, olhando pra seu Cartier no pulso. --- Olha, infelizmente nosso tempo acabou. Na quinta que vem, continuamos neste mesmo horário, ok? --- Sorriso forçado.
--- Tá bom, doutor. até quinta então. --- Dolores se levantou, desencravou a calcinha do meio das nádegas com uma das mãos e caminhou, cadenciadamente, em direção a sua cela, escoltada pelo carcereiro que lhe aguardava na porta.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

SEM AÇÚCAR


Por: Alexandre Mendes

O sábio que soube demais
geme e chora
tentando voltar atrás
descobrindo que a verdade aprisiona;
conceito unilateral imposto que
exclui outras verdades e
há muitos, impressiona

O sábio clama pelo não saber
e busca
motivos suficientes para crer
naquilo que, pela guela,
outros sábios tentam lhe meter

O sábio murmura e lamenta,
pois sabe o fim das novelas,
dos autores e suas estratégias,
mocinhos que matam bandidos,
pra, no fim, comerem as donzelas

O sábio, muitas dores sente
por saber exatamente
que a verdade do mundo mente
e a mentira se materializa,
verdadeiramente, e luta
contra a margem reservada a ele,
dentro da sua verdade
que os outros sábios chamam de nada

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A EVOLUÇÃO DA ESCRAVIDÃO

Por: Alexandre Mendes


  Analisando o regime escravista em épocas e lugares diferentes,chegaremos a conclusão de que não há um modelo universal para a aplicação deste.Na Grécia Homérica,enquanto alguns escravos não eram dignos da menor confiança,outros possuiam terras doadas pelo seus donos,constituiam família e até adquiriam seus próprios escravos.Ser escravo na Grécia,ainda era melhor do que não participar de nenhuma família(Oikos),ser livre sem uma família(teta)era a pior posição social.
   Em roma,os escravos ocupavam diversos cargos dentro das famílias:os rurais viviam em piores condições,havia os especializados em alguma função: (vinhateiros, porqueiros,etc),o Vilicus obtinha a melhor posição:administrava a terra e os demais escravos de seu senhor.
   No Brasil colônia,o escravo trabalhava nas plantações de forma sub-humana,uma tentativa de fuga era seguida de diversas chibatadas no tronco,ou até a mutilação como castigo.
   Atualmente,o regime escravocrata é considerado extinto.Porém reflita:
   *Você é livre para ir onde quiser amanhã?
   *O que acontece se você ficar desempregado?
   *Você já engoliu algum sapo do seu patrão,para não perder o emprego?
   *O que acontece com você se não pagar todas as suas dívidas e impostos?
   *E se você agredir verbalmente uma autoridade?
   *E se ela te agredir verbalmente?
   *O que acontece se você parar de votar?
  Essas e outras questões nos mostram como estamos presos a uma teia social* ,na qual um conjunto de leis,regras e costumes impostos pelo Estado e Elite,nos prende ao regime capitalista de forma covarde.Portanto a escravidão não acabou,ela apenas foi adaptada para o modo de podução capitalista atual.
                         *Max Weber



VASCONCELLOS, Alexandre Mendes de; GUEDES JÚNIOR, Winter Bastos; BARBOSA, Fabio da Silva. Um ano de Berro:365 dias de fúria. Brasília:Editora Independente, 2010. Pág. 119

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

DI PEDRA


Por: Alexandre Mendes

A rocha que bate em meu peito
foi lapidada por um sujeito
que um dia eu chamei de pai
brincou comigo, me levou pra passear
e se esqueceu de tudo isso
no meu primeiro barbear

nunca mais foi o mesmo
eu, de pé na estrada
e ele, de carrão
quase um filho bastardo
em pé no semáforo,
mariolas na mão

-Não sobrou nada,
caro estranho, nada,
nada pra você
vai virar concreto em obra
não reconheço o teu cheiro
tenho mais o que fazer!

Na minha rocha
não há mais espaço
nenhuma brecha
pra aquele que me gerou.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

TRÊS POR UM

Por: Alexandre Mendes

  Abri meus olhos bem devagar. As vistas pareciam coladas, evidenciando uma boa noite de sono...Espera aí! Que cama é essa? Hum...macia! MACIA?Que cama é essa?
  Estava em um lindo e espaçoso quarto, preenchido por uma televisão gigante, tela fina: Um cinema! As paredes que conjugavam o cômodo eram repletas de livros. Levantei da cama e caminhei até uma das prateleiras: "Cem anos de solidão...Manual de medicina". Te juro, não acreditei. De repente, aprendi a ler!

- Juciney, acorda! - A voz vinha de outro cômodo da casa onde me encontrava. 
  Caminhei em direção ao apelo. Em uma sala gelada pelo ar condicionado, um senhor de bigode, terno e gravata, me fitava com uma chave na mão. 
 - Vai com a Pick up para a faculdade que, hoje, eu irei de Mitsubshi para o escritório.
"Pick up? Mitsubishi? Faculdade? Será que esse coroa é o meu pai? Puxa, eu nunca tinha visto ele!" Fixava-o, atônito. - Filho, você está bem? Margarida já botou o seu café.- Dizia ele.


  Sentei na poltrona macia e fechei meus olhos por um segundo. O homem que se passava por meu pai tocava em meu ombro, carinhosamente. - Filho...vai se atrasar para a aula! Filho...filho... - A voz foi mudando o tom lentamente. O toque em meu ombro tornou-se um sacudir grosseiro.
 - Filho...filho...Ô, FILHO DA PUTA! LEVANTA, PORRA! O almoço acabou!


  Abri os olhos de verdade e voltei para a minha realidade. Levantei do chão, forrado com papelão; Guardei o pote vazio (que improviso de marmita na mochila); forrei novamente a cabeça com o pano velho e carreguei os quatro sacos de cimento até o círculo de areia: A medida do concreto era de três por um.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

AVANCE

Por: Alexandre Mendes


salário sem sal
há pouco o que fazer
parafuso
ou porca
escolha o seu caminho
nunca lhe dizem
que podes sozinho


ser uma peça
pedaço de um todo
engrenagens nem sempre
estão funcionando
pessoas nem sempre
sabem que estão
sendo tapeadas


agora jaz...
um mundo espelho
puro ping-pong
cigarros marlboro
Popeye, King Kong
atenção para a curva
seja esperto
 e não a faça

MICHELLY CRISTINA



(Por Diego EL Khouri)

Dos pinheirais cheios de sangue
avista-se um riacho todo verde,
uma música sublime ecoa na tarde
sem que ninguém veja.

A paisagem é bela, forte, imponente
mas nem por isso triste.
Tenho uma garrafa de poesia
escondida no casaco da agonia.

Ela permanece quieta, serena,
ao seu lado o doce paraíso.
Michelly Cristina, minha bela amiga,
onde se encontra seu sorriso?

Pelo infinito vejo seus olhos,
brilho igual não há, não existe.
Sei que estamos todos tristes
mas na noite fria sentiremos sua visita.

E nos pinheirais cheios de sangue
a voz sublime continuará seu cântico.
Do sangue passará a se tornar luz
e o que era triste se tornará distante.

Michelly, nossas conversas nas tardes frias,
dias de risos e poesias...
permanecerá no fundo da íris
toda sua força, toda  a sua alegria.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ditadura militar X Grupos de guerrilha

        Por: Alexandre Mendes



A Ditadura militar brasileira (1964-1985) atropelou os direitos civis; endividou o país, assassinou e torturou centenas de pessoas. Ela, assim como as demais ditaduras da América Latina, foi financiada e dirigida pelo EUA.

Para que possamos entender a oposição ao regime , devemos:

.Levar em consideração a influência da Revolução Cubana e divulgação do ideário marxista em escala mundial (Principalmente universidades).
. A bipolarização ideológica (bloco capitalista X bloco comunista)
.Guerras civis pela independência africana (anti-imperialismo). 

Tais fatores influenciaram a juventude estudantil e membros de sindicatos trabalhistas.  

Grupos revolucionários, contrários ao regime ditatorial:
ALN,  MR-8,  Polop,  VAR-Palmares etc.

.Dividiam-se em grupos de guerrilha, urbana e rural.

.Partido de esquerda: PC do B (Agia na clandestinidade, através da resistência armada)
  
(1911-1969)


MINIMANUAL DO GUERRILHEIRO URBANO 
Autor: Carlos Marighella

"O guerrilheiro urbano é um homem que luta contra uma ditadura militar com armas, utilizando métodos não convencionais. Um revolucionário político é um patriota ardente, ele é um lutador pela libertação de seu país, um amigo de sua gente e da liberdade.
Muitas vezes assaltos pelos deliquentes são interpretados como ações de guerrilheiros. O guerrilheiro urbano, no entanto, difere radicalmente dos delinquentes. O delinquente se beneficia pessoalmente por suas ações, e ataca indiscriminadamente sem distinção entre explorados e exploradores, por isso há tantos homens e mulheres cotidianos entre suas vítimas. O guerrilheiro urbano segue uma meta política e somente ataca o governo, os grandes capitalista, os imperialistas norte-americanos. [...] O guerrilheiro urbano é caracterizado por sua valentia e sua natureza decisiva. Tem que ser bom taticamente  e ser um líder hábil. O guerrilheiro urbano tem que ser uma pessoa preparada para compensar o fato de que não tem suficientes armas, munições e equipe.
As armas do guerrilheiro urbano são inferiores à do seu inimigo,mas, vendo desde o ponto de vista moral, o guerrilheiro urbano tem uma vantagem que não se pode negar. Essa superioridade moral é o que sustem o guerrilheiro urbano. Graças a ela, o guerrilheiro urbano pode levar ao fim seu trabalho principal, o qual é atacar e sobreviver.[...] O guerrilheiro urbano não é um homem de negócios em uma empresa comercial, nem é um artista numa obra. A guerrilha urbana, assim como a guerrilha rural, é uma promessa que o guerrrilheiro se faz a si mesmo." 

Fonte: RIBEIRO, Bruno. Helenira Resende e a guerrilha do Araguaia, 
1.ed. São Paulo: Expressão Popular, 2007 (p.27-29) 


Os grupos revolucionários foram dissolvidos antes do fim da ditadura. 






sábado, 12 de fevereiro de 2011

COLETIVOZINE - Um blog de peso




 O blog  COLETIVOZINE  é uma criação do meu grande amigo, Wagner Teixeira.O objetivo é reunir a produção artística (literária, jornalística, poética etc) dos diversos zineiros, espalhados pelo Brasil, trazendo a tona a arte contemporânea marginalizada.
  Mais do que tornar público o nosso trabalho é provar para os leitores que eles também podem produzir arte.

coletivozine.blogspot.com



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O Cuspe que virou lodo

Introdução

Fiz a poesia abaixo em homenagem a ignorância da humanidade. Os grupos religiosos insistem em afirmar suas respectivas religiões como "única salvadora". Enquanto isso, milhares de pessoas se contorcem de fome; são exploradas em seus trabalhos, assim como um dia, seus ancestrais também foram, com cadeias nos pulsos e gargalheiras  presas no pescoço.
Comparo a imposição da globalização no mundo islâmico a um idiota forçando uma tartaruga a comer um rosbife com catchup. 


Cheguei a postá-la, mas acabei apagando, após ler a rígida política do espaço.
  Foi após escutar diversas opiniões que decidi republicar a poesia.


Quero deixar bem claro que não prego nenhuma religião, tampouco pretendo incitar o ódio de uma etnia contra outra. Pelo contrário, o poema a seguir é inspirado no sarcasmo e na ironia do autor, quanto ao mundo escalafobético em que vivemos.


O CUSPE QUE VIROU LODO

Por: Nihildamus

Valores são farelos
na ética da jaula
juízos e juízes
se metam em suas vidas
preconceitos
pré-destinos
dois lados da moeda
Pós-moderno
globaliza 
transforma-se em inferno 
sunitas, xiitas
MPLA e UNITA
Sendero e as FARC
Estão prontas pro ataque
Al- Aqsa e Al Fatah
estão prontas pra matar

E você aí, de clic-clic no mouse!

OBA OBA

Beleza! Fiz umas correções no texto abaixo. Acuso as seis garrafas de cerveja que bebia durante a digitação.
Desculpa!

OBS: Prometo que, a partir de hoje, beberei somente após as publicações. (MÃO SOBRE A BÍBLIA)


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Liberalismo econômico

Por: Alexandre Mendes

  
Criadores do ideário liberal: John Locke (1632-1704), David Ricardo (1772-1823) e Adam Smith (1723-1790)

 A idéia de que "todos somos iguais, perante a lei" é pregada em todos os países adeptos ao sistema liberal, no século XIX.
Entretanto, o "todos iguais" só ocorria na forma jurídica, pois aquele que já tinha capital acumulado, investia livremente e enriquecia, prevalecendo sua influência nas esferas do poder e, consequentemente, suplantando os mais pobres.
 Durante o período feudal, o direito consuetudinário garantia que se houvesse alguém passando fome, na entrada de alguma propriedade, o senhor era obrigado a deixar o esfomeado entrar em sua propriedade, para que pudesse se alimentar nos seus bosques. A implantação do pensamento de Locke na política inglesa, dizendo que todo aquele que invadisse uma propriedade para saciar a fome deveria sofrer a pena de morte, acabou fortalecendo o individualismo
Podemos perceber o reflexo desse pensamento, nos dias de hoje, quando temos a capacidade de ignorar a miséria perambulando pelas ruas.
    
              A propriedade privada e a divisão social do trabalho são as bases do capitalismo. 

Conceitos:

   Movimento - Visava dar conta das demandas da burguesia pelo livre mercado.

Contra- movimento - Busca explicar e materializar a reação da sociedade, contrária as leis abusivas do mercado.
 O movimento só foi possível com a deliberada ajuda do Estado, por meio de subvenções e protecionismo estatal. Assim, o Laissez-Faire deve ser entendido como uma utopia.
 Por outro lado, o contra- movimento teve como fito a proteção da sociedade por meio de políticas sociais-democratas, baseadas no forte planejamento estatal. Com efeito, criaram leis protetoras dos assalariados, leis estatais e preços subvencionados pelo Estado. O contra-movimento é caracterizado pela política social - democrata. Sua teoria política diferencia-se das teorias marxistas e anarquistas, as quais vêem o Estado atendendo, prioritariamente, os interesses das classes dominantes.

Com o advento da Revolução Industrial no século XIX, o aperfeiçoamento do maquinário industrial não diminuiu a jornada de trabalho, pelo contrário, aumentou a carga horária. EUA e Inglaterra, os países mais ricos da época, abandonaram os pilares do liberalismo econômico (Laissez-Faire), forçando os demais países a fazer o mesmo.

                O movimento do mercado foi impulsionado pelo Estado.
                O contra- movimento foi uma reação espontânea da sociedade.

Texto de apoio- K. Polanyi. O nascimento do credo liberal. (2000) Cap.12 

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

HISTÓRIA

Soberania e Regime Absolutista
Por: Alexandre Mendes

INTRODUÇÃO

   Foi durante o período de domínio bárbaro, sobre a região da atual Alemanha e arredores, que os habitantes de origem judaica, criaram a letra de câmbio, para o aperfeiçoamento do comércio. Tornava-se necessário a instituição de um órgão de fiscalização sobre os investimentos, entre reinos.

   Do início do processo de transição do regime feudal (séc. XV), para o regime capitalista, a região que hoje integra a Polônia, foi severamente reprimida pelos russos, alemães e povos próximos, por insistir na continuidade do feudalismo ao estilo medieval.
  
   Durante o regime absolutista (séc XVI-XVIII), os holandeses vendiam produtos mais caros para os franceses, pois considerava-os um "povo gastador".

  Jean Bodin (1530-1596) - Criou a teoria da origem divina do poder real.

  Thomas Hobbes (1588-1679) - Autor da frase: "O homem é o lobo do próprio homem." No seu livro "Leviatã", Hobbes afirma que o Estado é um monstro, criado para aniquilar o "anarquismo" da sociedade primitiva.

GUERRA DOS TRINTA ANOS (1618-1648)

A França se sentia apertada entre o reino dos Habsburgos da Áustria e o reino dos Habsburgos da Espanha. Sendo assim, a França acabou se aliando aos reinos protestantes, dos arredores, a fim de enfraquecer o poder político dos Habsburgos.

Paz de Westfalia (1648) - Tratado que encerrou a Guerra dos Trinta Anos. Foi o marco decisivo na construção da ordem européia moderna. Daí, em diante,  a "razão do Estado" suplanta a "razão dos princípios religiosos". A Paz de Westfalia reconheceu a independência da Holanda e países baixos.

Cardeal Richelieu (França)  - Autor do acordo de Westfalia. Lutou contra os Huguenotes, internamente e, paralelamente, aliou-se aos reinos protestantes.

Sistema Westfaliano - Princípio da soberania, empregado para definir os Estados, gerando o equilíbrio do poder.

Conceito de Soberania - Não há mais ninguém acima de mim. 

A competição industrial avança e todas as nações correm pelo mesmo sentido, com objetivos semelhantes. 

Podemos afirmar que os países protestantes tiveram, durante o período, maior acessibilidade ao alfabetismo, devido a ênfase na leitura da bíblia.

 Os monarcas passaram a serem vistos como soberanos absolutos (a tal idéia da origem divina, de Jean Bodin)  de suas respectivas nações. Tal fato deu início ao processo político na Europa, chamado de Regime Absolutista.


  


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

SANTO DIAS


Por Alexandre Mendes

Santo Dias da Silva, operário paulista, foi um dos grandes exemplos na luta pelos direitos dos metalúrgicos, durante a ditadura militar. Nascido em Terra Roxa, no interior de São Paulo, em 22 de fevereiro de 1942. Trabalhava na roça de café, com seu pai e irmãos, como meeiro. 
A partir de 1960, Santo e outros trabalhadores da Fazenda Guanabara mobilizaram-se contra a forma de participação nos lucros da colheita (obtinham o alimento no armazém fiado durante o decorrer do ano e recebiam pouco dinheiro, após descontos). O dono da fazenda dispensou sua família e as demais que participaram do movimento.
 Mudou-se para Viradouro e passou a trabalhar com sua família como bóia-fria. Tentou lutar por condições melhores no novo ofício e foi novamente dispensado. 
Em outubro de 1962, deixou sua família e foi tentar a sorte na capital. Conseguiu um emprego de ajudante geral na Metal Leve, empresa de componentes metalúrgicos. Participou de sua primeira greve por aumento salarial e instituição do 13º. Aquele ambiente politizado (metalúrgicos) mudou seu destino... 
Casou-se em 1965, ano em que nasceu seu primeiro filho. Em 1967, participou da formação da Oposição Sindical, que consistia na idéia de um comando gerado dentro de cada fábrica. O movimento contava com a participação de católicos, marxistas e operários independentes. Ainda nesse ano, nasce sua filha.
    A sucessão de greves e passeatas ocorridas no ano de 1968, resultaram no endurecimento da ditadura e a institução do AI-5. A Oposição Sindical lança a chapa verde, concorrendo às eleições do Sindicato, mas perde, devido às propostas populistas da chapa situacionista. As greves se alastram por São Paulo e Minas Gerais e a polícia recrudesce e ocupa os locais. Santo Dias, além de estar envolvido com a oposição do Sindicato dos Metalúrgicos, torna-se líder comunitário onde residiu na época (Jardim Margarida). Lembra a esposa dele, Ana Maria do Carmo Dias: " Nessa época, a repressão era tanta que a gente ia comprar pão na padaria juntos, eu e o Santo, com medo de ser presos se fôssemos sozinhos". 
Em 1972, Santo foi trabalhar na Burndy do Brasil, onde organizou a comissão de fábrica, mas foi demitido. A Oposição Sindical Metalúrgica criou o grupo chamado Interfábricas. Santo Dias teve uma significativa participação no projeto. Passava madrugadas panfletando em portas de fábricas, com sua mulher e ajudava os moradores da sua comunidade. 
Em 1973, intensificam o número de greves. Santo volta a trabalhar na Metal Leve. A Oposição é atingida pela prisão de cinquenta militantes em 1975, anulando a possibilidade de concorrer às eleições do ano. Entretanto, sob o lema "Trabalhar dentro da fábrica", promoveram ações nas comunidades, com a reivindicação de escolas, creches, água, luz, regularização dos loteamentos clandestinos e contra o alto custo de vida. Criaram fundos de greves, prestando ajuda aos que perdiam o emprego. 
Em julho de 1978, a Oposição concorre às eleições com Santo para vice. Em 1978, perde o emprego na Metal Leve, estratégia dos situacionistas, a fim de impedir sua candidatura. Consegue às pressas um emprego na Alfa Brás. As eleições acontecem, mas a chapa situacionista vence, por meio de fraude: " ...via-se claramente que a urna e os votos tinham sido trocados. Uma pessoa só fez o x nas cédulas." Tentaram três mandados de segurança contra a posse irregular e perderam. Santo Dias é demitido da Alfa Brás em 1979. A repressão intensifica e Santo assume o comando das greves, como um de seus integrantes. Decidiu ajudar em um piquete à frente da Fábrica Sylvania, em 30 de outubro de 1979. Com a prisão de um dos grevistas, Santo pediu que o soltassem, mas foi negado seu pedido. Conformado, deu às costas para a polícia. O policial militar Herculano Leonel, sem motivo aparente, apontou sua arma para Santo Dias e lhe deu um tiro nas costas. Os soldados  jogaram seu corpo no camburão e o levaram para o Pronto-Socorro, já sem vida. Parentes e amigos correram para lá, afim de evitar que seu corpo sumisse. Seu enterro foi concorrido, com discursos, inclusive o do sindicalista Lula.
   A partir daí, todos os anos, no dia 30 de outubro, às 14:00(horário de sua morte), pintam de vermelho, em frente à Fábrica Sylvania: 
"Em 30 de outubro de 1979, aqui foi assassinado pela PM o operário Santo Dias da Silva, defendendo os direitos da classe trabalhadora".
Depois caminham até seu túmulo, onde prestam homenagens.
Santo Dias era um homem inconformado com as mazelas do sistema e não deixou se dobrar. 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

SEU MANEL - uma homenagem ao próprio

Por: Alexandre Mendes


























Já bem de noitinha                    abaixam a mira                   Tiana lhe espera
subiu a ladeira                          prossegue tranquilo             caixote o portão
passou pela vala                       lhe chamam coroa               na boca estalinho
ponte de madeira                     mais velho antigo                 kisuco e macarrão
paredes de tábua                     lá é o terror                          se deitam alegres
e arame farpado                      ou então paraíso                  pois já é domingo
cachorros latindo                     a pólvora manda                  de folga escala
olhar cabisbaixo                      obedece o juízo                     três horas
moleques de toca                     lá falta concreto                    o Bingo
lhe avistam do beco                 esgoto e dente
pra alguns alegria                    embosso lajota
pr'outros desespero                 prossegue contente

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

PESTINO

Por: Alexandre Mendes



Ele odeia o que faz
entretanto
nisso, manda muito bem
vincula
bom dia e obrigado
desvincula
e amém

Carrinho de brinquedo
 pequenino
tentando virar trem
vincula
bom dia e obrigado
desvincula
e amém

Canudinho de coca cola
bem fininho
querendo ser tubo de cem
vincula
bom dia e obrigado
desvincula
e amém

Cidadão desconhecido
uma sombra
querendo se tornar alguém
vincula
bom dia e obrigado
desvincula
e amém

Apagando o seu passado
põe negrito
o que ainda vem
vincula
bom dia e obrigado
desvincula
e amém

Lutando sempre contra
o *pestino
procura ir pra mais além
vincula
bom dia e obrigado
desvincula
e até amanhã
*Peste do destino