MÍNIMO
Por: Alexandre Mendes
Lambe logo o meu chão,
meu escravo; desgraçado
Deixa tudo bem limpinho,
porque eu pago seu salário
Pega esponja e desinfeta,
fedorento sanitário
Deixa tudo bem cheiroso,
porque eu pago seu salário
Serve logo meu almoço,
tô com fome, ordinário
Quero ver o seu sorriso,
porque eu pago seu salário
Agora, compra meu cigarro,
não demora, meu lacaio
Quer ouvir um desaforo?
Porra, eu pago seu salário!
Te humilho com prazer
Quero você conformado
Nós nascemos para isso
e eu pago seu salário
O retrato fiel da existência e da escravidão que hoje ainda impera na sociedade.
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