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domingo, 19 de junho de 2011

Sol e Lágrimas – Cap. XVI


 
Por: Alexandre Mendes

Participação especial (Argumento): Fabio da Silva Barbosa



Parecia estar de olhos abertos, no entanto, ainda estavam fechados. Olhou ao seu redor e percebeu que não estava mais no interior da mata. Seu marido e seu filho também não estavam
mais ao seu lado. Estava em um lugar que, aparentemente, não possuía formas físicas ou cores, Era como se Nonó estivesse no centro de uma lanterna gigante acesa. A sua vista lacrimejava de acordo com que ela insistia em olhar ao redor.

- Odimar! Alcebíades! – Chamava a mulher, completamente atordoada.

De repente, a claridade foi diminuindo de intensidade e Nonó começou a enxergar formas físicas que se delineavam ao redor.

- Alcebíades! Odimar!

Como se estivesse acontecendo uma sucessão de trovoadas em seus ouvidos, o som de diversas gargalhadas diabólicas ao redor de Nonó, fez com que a pobre mulher entrasse em pânico.

- Família! Família!

Recuperou a visão, mas não acreditava no que via: Estava sentada no meio da clareira e, em torno dela, giravam em roda dezenas de sacis. As gargalhadas deles eram ritmadas por uma dança desconhecida.

- Aaaaaaaaaaaaaaah! Socorro! ­– Gritou Nonó, enquanto se levantava para correr.

- Calma, mãe! Calma! – Era a voz de Odimar. O rapaz segurou em seu braço.

Nonó olhou para o lado e viu seu filho. Os sacis haviam desaparecido.

- Meu filho, eu tive um pesadelo horrível! Cadê o seu pai?

- Ora, ele está aqui. – Disse Odimar, apontando para o canto da mata.

-Onde? - Nonó não via Alcebíades, mas o escutava, como se estivesse saindo de dentro do mato. Fixou os olhos na direção da voz e seu coração palpitou muito forte, quando o capim se abriu e, de dentro dele, uma mula sem cabeça surgiu. No lugar da cabeça, uma chama intensa. A mula emitia sons parecidos com a voz de Alcebíades.

- Meu bem, deite-se! Você precisa repousar! – Disse a mula sem cabeça.

Seus olhos esbugalharam quando viram aquela assombração. Tentou correr, mas Odimar ainda segurava o seu braço. Olhou para o rapaz e quase terminou de ter um enfarte: Havia algo estranho em seus olhos.

- Quem são vocês? Cadê minha família? AAAAAAAAAAAAA! – gritava Nonó, enquanto tentava se libertar daquela estanha criatura.

- Mãe! Sou eu! – Dizia o suposto Odimar. – Cadeira, cachorro, pedrinha!

- Cadeira, cachorro? Pedrinha? Do quê você está falando? – Nonó não conseguia mais entender o que ele dizia.

- Mato da porteira, azul cor de peixe. – Disse o estranho Odimar. – Hospital, chegando estamos.

As lágrimas começaram a descer dos olhos de Nonó. O que estava acontecendo? Sacis, Mula sem cabeça e seu filho, falando de forma desconexa.

- Eu quero ir pra casa! Quero a minha família! Alcebíades! Odimar!



CONTINUA...

4 comentários:

  1. Uma grande honra ter participado com o argumento deste capítulo. Participar desta novela que venho acompanhando desde o primeiro capítulo foi uma grande felicidade.

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  2. O que a Nonó andou bebendo, ouq uem sabe fumando antes da cair no sono? Pensamentos alucinatórios na potência máxima! Gosto de pessoas que alucianam, elas se divertem muito mais dos que os zumbis sem criatividade que perambulam pela cidade!

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