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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Uma vida (quase) sem vida


Tá lá, um corpo estendido no chão

O nome dele é Robert, um dos treze filhotes que a minha falecida cachorra, Fufa, trouxera ao mundo. 
A esta altura, enquanto os amigos desvendam a desgraça que descrevo no meu quintal, Robert já se encontra em uma sacola na lixeira principal ou, então, é apenas comida de Urubu no Lixão do Morro do Céu...

Uma vez, um homem afirmara
que a natureza tinha a sua própria
forma de escolher quem sobrava
enquanto a maioria sucumbe
um agradece
e segue a proliferação...
De treze, restaram apenas quatro
Que brevemente tornar-se-ão três
dois
um!
Que a partir de uma nova fusão
com um outro escolhido
povoarão o meu quintal
fedorento, desgastado e encardido
e novamente tornarão a decrescer
diante dos meus olhos enrugados
e conformados com a morte
( Boa Sorte!)
Pobre Robert, ainda respira
e geme na minha porta
enquanto a minha coluna torta
se inclina, frente ao computador
dedos ágeis eternizam a desgraça
e culpam as lombrigas devassas
que fazem o pobre cãozinho
despedir-se dos seus irmãos
(Adeus, breve nos veremos!)


Wilza Carla, a provável eleita pelo Deus Darwin.

  

3 comentários:

  1. Foda ver alguém partir. Até hoje vejo meu cão quando olho no terreiro. Tarde da noite então quando chego em casa...

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  2. Meu quintal é povoado por fêmeas...
    Quando bate o cio
    Cães vagabundos invadem a área
    jogam leite (que deleite!)
    e debandam
    Só me resta a tristeza...

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  3. Muito triste e um pouco contraditório pra mim.
    Ficar nos teclados e não socorrê-lo?
    Espero ter entendido mal.
    De qualquer modo, um trabalho literário
    relevante, faz pensar em todos os tipos
    e sentidos da vida...

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