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sábado, 23 de julho de 2011

Johannes Mario Simmel

Por: Alexandre Mendes

  


 Austríaco de Viena, Simmel nasceu em 7 de fevereiro de 1924. Filho de uma nobre família e formado em química, sentiu profundamente a crise do pós guerra, a partir de 1945. Tornou-se jornalista e escritor.
Seus romances abordam problemas da época em que foram escritos e temas bastante atuais, como o perigo da guerra nuclear, a manipulação da opinião pública pelos meios de comunicação em massa, depredação do meio ambiente e drogas.
   O romance "Todos seremos irmãos" (1967) conta a história do alemão Richard Mark (protagonista) e de outras personagens ao redor, pessoas que vivenciaram os horrores da segunda guerra, numa trama envolvendo o serviço secreto nazista do pós guerra, sexo, traição e assassinatos. Simmel faz questão de relatar a vergonha imposta aos alemãs após a guerra e como eles reagiram a isso. Ao mesmo tempo, ele consegue descrever sensações da primeira metade da década de 60, que no mundo real culminaram com as revoltas de 1968 ao redor do mundo.
" Alle Menschen werden Brüder", (seu título em alemão) possui várias passagens que parecem profetizar o cataclisma político que veio a seguir. Escolhi um trecho para que os leitores tirem as suas próprias conclusões. Ele fala da Guerra dos Seis Dias de 1967, a qual Egito, Jordânia e Síria, apoiadas por outros países islâmicos do entorno, decidiram combater os invasores israelenses. Mas foi tudo em vão. O apoio norte americano a Israel fez com que o minúsculo país massacrasse as tropas árabes em seis dias (4 a 10 de junho de 1967).
Na página 428, o guarda Stalling, carcereiro e ex membro do partido nazista, faz seus comentários no dia em que as tropas árabes fizeram o cerco a Israel. Vale ressaltar que naquela época, os judeus ainda eram vistos pelo ocidente como coitadinhos sem teto.

- Guerra! Estourou a guerra!
   Com essa exclamação o guarda Stalling precipitou-se pela minha cela cinco minutos atrás.
- O Egito declarou guerra a Israel. Há tanto tempo esperamos por isso!
Stalling estava completamente sem fôlego.
- Começou esta manhã! E como! Pobre Israel! Lutam em todas as frentes! E só vendo quanta gente os judeus têm que enfrentar...são egípcios, jordanianos e sírios. São...nem consegui guardar os nomes todos! São combates contra unidades blindadas no deserto e em Gaza! Ataques aéreos! Esse desgraçado do Nasser! Devia é ser enforcado! Criminoso de guerra! Que mal fizeram os coitados dos judeus! Construíram seu país com zelo e afinco, sem amolar ninguém. E agora que está um jardim florido, aquele canalha pôs olho gordo! Uns canalhas, toda aquela corja! Porcarias! (...) se agora todo o mundo não se juntar para ajudar os judeus, então os Estados Unidos que se calem, pois estou farto de ouvir falar nesse mundo livre! (...) Querem bombardear o Cairo (Israel)! Bem feito para aqueles cachorros! Há pouco estavam dançando e cantando nas ruas, de entusiasmo por aquela merda de guerra santa que eles querem fazer! (...) eu e todos aqui temos um único desejo: que os judeus os reduzam a pó, que façam picadinho deles, que não sobre nada dessa corja de patifes malditos.

Moral da citação: "PIMENTA NO CU DOS OUTROS É REFRESCO"

Um comentário:

  1. Li muitos livros dele, mas o Amor é só uma palavra (que todo mundo me enchia dizendo, pela grossura do livro: ''imagina se fossem duas!'') é um dos mais impressionantes.

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