Por: Alexandre Mendes e
Fabio da Silva Barbosa
Ele estava com as costas na parede. A calça pesava e a merda já escorria pela perna abaixo. A faca pressionava contra seu abdome e seu algoz sorria alucinado. Assim estava ele, já há três dias. Amarrado por cordas em nós de marinheiro, implorava por sua vida. O primeiro dia foi difícil acostumar com aquele hálito: Odor de almíscar com enxofre. Agora, o que o incomodava era o cheiro nauseabundo de sangue. O chão rubro refletia sua dor. Achava que ainda resistiria a duas ou três estocadas. Antes, o pênis e depois a faca. Não aguentava mais tamanha tortura.
- Eu tenho dinheiro! Pelo amor de deus... Me solta!
- AAAAAAAAAAAHHHHH... – Respondia o algoz.
Antes de receber os últimos golpes, lembrou-se de sua mãe e dos tempos de criança. Lembrou-se do pai. Vomitou. Sua vista ficou turva. Seus pensamentos e preocupações foram ficando esquecidos. Tudo indo para o fundo de sua mente.
- O que achou do roteiro? – Perguntou o diretor.
- Não posso fazer esta merda. – Respondeu o ator.
- Não vai fazer? Tem certeza? – Retrucou o diretor puxando a peixeira que estava em baixo da escrivaninha.
- Mas... você não pode agir assim... O que é isso? Tá maluco?
Nesse momento, o diretor olha para cima e grita:
- Que liguem as câmeras... O filme vai começar!
Sete anões vestindo biquíni fio dental saem dos cantos da sala. Cada um portava um canivete nas mãos e deram várias estocadas nas pernas do ator, que caiu atordoado.
- Luzes! câmeras! Não percam um detalhe da cena. – Ralhava o diretor enquanto riscava a peixeira no ar.
O cu... O brioco... Esse já estava da largura de um mergulhão. A cena foi interrompida e passaram para outro set. Lá, um gigante negro o esperava com o cassetete em chamas. Mas o gigante teve vontade de mijar.
- Não posso dirigir esta merda. – Disse o diretor jogando o roteiro sobre a mesa. – Tenho uma ideia melhor: Façamos um filme sobre um alienígena que chega a Terra e fica amigo das crianças.
O diretor tira a máscara e se revela: Era o Sidney Magal.
E todos foram dançar lambada felizes para sempre.
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