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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Colisão de Mentes


Por: Alexandre Mendes
  

   Fui abordado por um sujeito, ontem, que criticou a minha forma de pensar sobre as relações de trabalho, forjadas no fortalecimento do sistema capitalista. No entanto, não me abalei. Já havia ouvido pessoas que pensavam de forma parecida, mas nunca com tanta veemência, convicto do que pregava.
   Seu nome era José Carlos, 56 anos, baiano, marceneiro e morador de Jacarepaguá. Conheci-o em um bar, no Rio Comprido. Ouvi vários trechos de sua vida; sua infância sofrida na Bahia; quando veio morar no Rio e a descrição severa de seu pai. – O cara é guerreiro, assim como eu. – Pensei.
Conversamos sobre diversos assuntos, até que tocamos no assunto de trabalho. Foi aí que Zé Carlos expôs a sua opinião sobre como se comportar em uma entrevista de emprego e a demonstração de submissão ao patrão. Zé Carlos acredita que nas relações sociais entre empregado e patrão, o explorado deve ser obediente em todas as situações. Para ele, o trabalhador assalariado não deve discutir sobre as atitudes e exigências da direção de uma empresa, com outros funcionários. Confesso que não entendi. Como um marceneiro com o seu ofício capaz de libertar o trabalhador das garras da opressão salarial, podia estar dizendo aquilo? Sempre admirei os ofícios que libertam...

O comércio ambulante é reprimido pelo Estado, prejudicando milhares de desempregados, tornando o trabalho especializado um conhecimento importante para a subsistência dessas pessoas.
   Quanto à ideia de submissão cega ao patrão, discordo, pois se não houver diálogo entre os funcionários, o empresário ou qualquer outro órgão explorador, tomará uma posição ditatorial e escravagista...

3 comentários:

  1. Concordo plenamente e assino em baixo, Alê.

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  2. Até que enfim consigo postar um comentário! Vou tentar de novo aqui! Este pensamento deste senhor é uma constante, até aqui no underground, que agora está corporativo, com diretores, gerentes, talvez até presidentes auto eleitos, nós, os ditos inferiores e insignificantes (e independente de trabalharmos 14 horas por dia por conta própria, vagabundos - ''os que nada fazem'') somos supostos de demonstrar este comportamento servil. É, amigo, é a vida! Desnecessário dizer o quanto amei este teu post!

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  3. Cara, é bem triste ouvir trabalhadores repetindo discursos contrários a seus próprios interesses... Mas é compreensível que tenham essas opiniões retrógradas já que, durante todo o dia, são bombardeados com mensagens favoráveis à subserviência.

    No trabalho, os patrões divulgam a submissão. Nas famílias mais tradicionais, também. No serviço militar obrigatório, idem. O mesmo se dá nas escolas conservadoras.

    Como se contrapor a isso? Promovendo práticas educacionais emancipatórias nas escolas; combatendo o serviço militar; divulgando visões contrárias à ótica patronal através de fanzines, blogs, rádios livres..., e – o mais importante de tudo – nos unirmos em sindicatos, associações de moradores, grêmios estudantis, centros acadêmicos, bem como em organizações políticas não-eleitorais.

    Não devemos nutrir raiva por aquelas pessoas do povo alienadas pelos órgão do Estado e do patronato. Devemos é estender nossas mãos a nossos irmão de classe: juntos, podemos nos conscientizar mutuamente.

    (www.expressaoliberta.blogspot.com)

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