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sábado, 30 de abril de 2011
Sol e Lágrimas – Cap. VIII
Por: Alexandre Mendes
O velho ainda não havia percebido que seu filho não estava na cabana. Após gritar três vezes por Odimar e não obter resposta, Alcebíades levantou-se lentamente do leito. Sua cabeça ainda rodava um pouco. Apoiou-se com a mão do braço bom, na parede de palha e barro. Seu braço quebrado estava imobilizado pelos gravetos e a gaze velha, por isso, doía bem menos, agora.
Odimar chegou derepente, trazendo algumas plantas medicinais, para o braço de seu pai. Amarrado por uma corda e pendurado em seu ombro, um lagarto de um metro e pouco: estava garantida a refeição por uns dois dias.
- Não fique de pé, descanse mais um pouco. – Disse ele, colocando seu braço em volta de Alcebíades, como quem quer colocar um bebê no berço.
- Meu filho, sua mãe corre perigo! Precisamos ir até a nossa casa antiga, temos que buscar Nonó! – Disse o velho, extremamente angustiado.
- O senhor não pode ir: está muito mal, ainda. Deite-se. Eu busco a mãe sozinho.
- E se tiver mais de um capanga atrás da gente? Você vai precisar de ajuda. – Disse Alcebíades.
Odimar levantou as raízes que trazia na mão esquerda. – Vou deixar este chá pronto para o senhor beber. È antibiótico e fortificante. Vou sangrar esse lagarto. Se eu demorar, o senhor assa a carne na lenha que eu vou deixar pronta.
Odimar acendeu a fogueira para cozinhar as raízes. Colocou água turva do poço que cavou ao lado do casebre, no único recipiente que tinha para cozinhar. Aquela panela, amassada e velha, ainda era uma lembrança do que ele tinha trazido da casa velha, consigo. Equilibrou-a sobre a grelha enferrujada, com calços de pedra. Logo que as labaredas se estabilizaram sob a panela, colocou as raízes lavadas dentro dela e tampou com uma chapa velha de alumínio. Pegou uma faca e abriu o lagarto na linha do abdômen. Retirou a sua pele escamosa com maestria cirúrgica. Arrancou as suas tripas e depois, o pendurou de cabeça para baixo em um tripé de bambu, nos fundos da cabana. Deixou tudo pronto para seu pai se virar por uns dois dias, enquanto ele iria buscar a sua mãe.
Colocou uma calça comprida, camisa de botão e uma botina desbotada em seu pé: Havia comprado a roupa na cidade de Itapopeba, com o dinheiro da venda de banana na feira central. Guardou-a para usar em uma ocasião especial, como ir ver a sua mãe. Pegou o 38 carregado de balas, trazido por Alcebíades e colocou-o na cintura. Pendurou o facão na cinta e colocou o chapéu de coro velho, que um dia havia sido de seu pai.
- Pai, vou buscar a mãe. O remédio está no fogo. É só botar pra esfriar e beber. Lava o lagarto e coloca na grelha, quando ele secar no sol.
Odimar encheu o cantil de plástico e o amarrou do lado esquerdo da cinta. Deu um beijo na testa de seu pai que, calado e triste, manteve-se em silêncio, durante o desenrolar da cena. Pegou a trilha que corria próxima a margem do rio, na direção da casa de seus pais. Calculou umas seis horas para chegar até lá. Seu coração batia forte e o suor escorria pelo seu rosto. O sol escaldante abatia o matuto, agravando o seu stress. Preocupava-se com o porvir. - “E se eu me deparar com um pau-mandado do Seu Sebastião? Vou ter que matar!” – Dizia enquanto pegava a arma na cintura. Sua vida dependia daquelas seis balas no tambor...
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Sol e Lágrimas - Cap. VII
Por: Alexandre Mendes
- Pai! O que o senhor faz aqui? - Indagou o homem da cabana, boquiaberto. Sua barba era grande e negra. Seus cabelos eram castanhos e cumpridos, presos por um elástico amarrado. Sua face, enegrecida pela fuligem, era iluminada pelas brasas da fogueira.
- Odimar, meu filho! - Alcebíades apressou-se em abraçar o filho desaparecido. As perguntas, naquele momento, ficaram para trás. Estavam há três anos sem contato algum. Não se comunicaram nem por carta, pois sabiam que a correspondência de todos os empregados da fazenda, só chegavam na sede e, então, eram violadas por Seu Sebastião.
Alcebíades contou tudo o que acontecera com ele, desde quando saiu de casa, na manhã do dia passado. Odimar lamentou o tempo em que esteve longe de seus pais. - Quantos dias se passaram e eu aqui, longe de vocês...Que saudade, pai! E a minha mãe, como está?
- Ah, meu filho! sua mãe nunca mais foi a mesma, depois que você partiu. - Lágrimas semi-secas desceram pelos olhos do idoso.
- Vem comigo. Vou pegar água para o senhor se lavar e trazer roupa limpa. - Disse o rapaz, feliz em ver o pai, mas triste pelos problemas que a família ainda haveria de passar naquele fim de mundo. Alcebíades foi conduzido por Odimar até os fundos da cabana e se lavou com a água armazenada em um galão de margarina enferrujado. O filho lhe trouxe um pano para se enxugar e deu-lhe um trapo velho e remendado para vestir, o qual ousou chamar de roupa limpa.
Adentraram a cabana e Alcebíades deitou na esteira de palha carcomida, o lugar mais confortável para se dormir no cômodo. Odimar imobilizou o braço quebrado de seu pai, com duas lascas de pau e uma tira de gaze velha. A essa altura, Alcebíades roncava como uma leitoa prenha. Tudo o que passara nas mãos do velho porco capitalista e seu capacho foram demais para seu corpo cansado.
Teve um pesadelo terrível e seu coração bateu mais forte. Saltou da esteira e, para sua surpresa, o dia já havia amanhecido.
-Odimar! Odimar! - Gritava o velho: - A sua mãe está em perigo!
E agora? Em breve...
- Pai! O que o senhor faz aqui? - Indagou o homem da cabana, boquiaberto. Sua barba era grande e negra. Seus cabelos eram castanhos e cumpridos, presos por um elástico amarrado. Sua face, enegrecida pela fuligem, era iluminada pelas brasas da fogueira.
- Odimar, meu filho! - Alcebíades apressou-se em abraçar o filho desaparecido. As perguntas, naquele momento, ficaram para trás. Estavam há três anos sem contato algum. Não se comunicaram nem por carta, pois sabiam que a correspondência de todos os empregados da fazenda, só chegavam na sede e, então, eram violadas por Seu Sebastião.
Alcebíades contou tudo o que acontecera com ele, desde quando saiu de casa, na manhã do dia passado. Odimar lamentou o tempo em que esteve longe de seus pais. - Quantos dias se passaram e eu aqui, longe de vocês...Que saudade, pai! E a minha mãe, como está?
- Ah, meu filho! sua mãe nunca mais foi a mesma, depois que você partiu. - Lágrimas semi-secas desceram pelos olhos do idoso.
- Vem comigo. Vou pegar água para o senhor se lavar e trazer roupa limpa. - Disse o rapaz, feliz em ver o pai, mas triste pelos problemas que a família ainda haveria de passar naquele fim de mundo. Alcebíades foi conduzido por Odimar até os fundos da cabana e se lavou com a água armazenada em um galão de margarina enferrujado. O filho lhe trouxe um pano para se enxugar e deu-lhe um trapo velho e remendado para vestir, o qual ousou chamar de roupa limpa.
Adentraram a cabana e Alcebíades deitou na esteira de palha carcomida, o lugar mais confortável para se dormir no cômodo. Odimar imobilizou o braço quebrado de seu pai, com duas lascas de pau e uma tira de gaze velha. A essa altura, Alcebíades roncava como uma leitoa prenha. Tudo o que passara nas mãos do velho porco capitalista e seu capacho foram demais para seu corpo cansado.
Teve um pesadelo terrível e seu coração bateu mais forte. Saltou da esteira e, para sua surpresa, o dia já havia amanhecido.
-Odimar! Odimar! - Gritava o velho: - A sua mãe está em perigo!
E agora? Em breve...
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Sol e Lágrimas - Cap. VI
Por: Alexandre Mendes
Logo que se refez do ato cometido, Alcebíades pegou a arma da mão de Olivença e saiu em debandada pela mata. Não tinha a menor idéia para onde estava indo. Completamente desorientado e com o corpo dolorido, Alcebíades percorreu pelo interior da mata por, aproximadamente, duas horas seguidas. Chegou a uma clareira, no meio da mata. Alí, um pé de acerola gigante, bem no centro da picada, sombreando a paisagem.
Alcebíades deitou-se embaixo da árvore e descansou seus músculos calejados. Acreditava que o caminho que fazia, o levaria a Chácara Chicória, o lugar habitado mais próximo de onde estava. Mesmo que quisesse, não poderia dormir, pois tinha que ganhar tempo em distância. Sabia que a qualquer momento sentiriam falta de Olivença na fazenda.
De repente, Alcebíades lembrou que tinha deixado alguém para trás. Percebeu que Nonó estava em casa e que poderia estar em apuros. Começou a roer as unhas, hábito abandonado por ele, há muitos anos. – Santo Cristo! Tenho que voltar para buscá-la. Lembrou-se de um rio que passava ali perto, o rio Tupiranga. Seu manancial passava há dois quilômetros de distância de seu casebre, em trecho conhecido por ele. Resolveu, então, descer a margem do rio, no sentido que a águas percorriam. Estava convicto que a sua moradia situava-se para aquelas bandas. Caminhou o quanto pode, até o pôr do sol. Seus olhos tiveram que se acostumar com a escuridão, ligeiramente iluminada pela lua cheia que fazia. Com o revólver calibre 38 em punho, trocava-o de mão constantemente, assim que cansava o braço. A dor do braço quebrado o incomodava bastante, mas isso não foi suficiente para detê-lo em seu caminho. O barulho das cigarras e das corujas acompanhava o velho no percurso. De vez em quando, sentia o vôo rasante dos morcegos sobre a sua cabeça.
Olhou para o horizonte a sua frente, entrecortado pelas árvores e o capim alto da beira do rio. Avistou uma cabana de taipa, circulada por uma cerca de bambu. Uma fogueira era acesa por um vulto, no interior da cerca. A luz crepitante das chamas iluminava o barraco.
Alcebíades colocou a arma na cintura, na proximidade de sua mão esquerda. Não queria problemas. Entretanto, o homem poderia ser amistoso e acomodá-lo, por uma noite, na sua cabana. Sabia que precisava de abrigo e cuidados médicos.
Aproximou-se da cabana e gritou para o homem: - Olá! Poderia me ajudar? Estou cansado e com fome.
O homem parou de manusear o fogo e tentou enxergar quem gritava de dentro da escuridão. Alcebíades se aproximou, cada vez mais do homem e, quando a silhueta de seu rosto se tornou compreensível para ele, sua face descoloriu.
- Não! Eu não acredito...você! – Balbuciou o velho.
Continua...
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Sol e Lágrimas - Cap. V
Por: Alexandre Mendes
O som das pegadas foi ficando cada vez mais audível para Alcebíades que, como uma barata acuada, tentava pensar em uma forma de se defender do perigo a vista. Olhou ao redor e encontrou um pedregulho próximo ao seu pé direito, camuflado pela palha que se espalhava pelo chão do celeiro.
Apesar da dor que sentia em seu braço quebrado, tomou fôlego e ergueu a pesada pedra com as duas mãos: o medo superava as dores que sentia naquele momento. Além de física, a dor também manifestava-se em sua mente. "Quantos anos de trabalho dedicado a essa fazenda!" - Pensou Alcebíades. - "Se este velho unha de fome está rico desse jeito, eu tenho minha importância nisso tudo. Aliás, não só eu, como toda a minha família foi importante para enriquecê-lo!"
Alcebíades lembrou-se de seu filho Odimar. O rapaz sequer teve a oportunidade de frequentar uma escola, quando menino. Mal começou a entender o mundo e, aos seis anos de idade, foi obrigado por Seu Sebastião a se separar de seus pais. O pastoreio das ovelhas, nos campos da Fazenda Pirucutú, era exercido tradicionalmente por menores de idade, filhos dos empregados de Seu Sebastião. Pirucutú era conhecida como a maior produtora de lã das cercanias e liderava o ranking de exploração infantil na região.
Como qualquer ser humano que sonha, o agricultor também sonhou um dia. Queria que seu filho se tornasse um homem "de letra"; usasse terno e gravata; chapéu de feltro e botas lustradas. E era sempre o mesmo sonho... Alcebíades está colhendo o café na plantação. De repente, a buzina de um carro importado -como um daqueles que Seu Sebastião possuía- tomava a sua atenção do serviço. Como uma criança que corre para o pátio, ao soar o alarme do recreio, Alcebíades largava a enxada e corria na direção do veículo. Dentro dele, Odimar no volante e Nonó no carona: sorrisos de orelha-a-orelha.
- Chega de sofrer, pai! Vou levar vocês pra cidade. De agora em diante, vou cuidar de vocês."
"AAAAAAHHHH!!! Como era bom sonhar com isso!" - Lembrou Alcebíades. Infelizmente, seu sonho um dia fora interrompido pela mesquinhez do velho fazendeiro que costumava dizer: - Nasceu ou mora aqui: é meu!" - Os pensamentos fluíam na cabeça do velho, fortalecendo-o na proeza que se dispunha a cometer no portão daquele celeiro. Encostou o corpo na lateral de madeira, com as mãos erguidas sobre a cabeça: a porrada deveria ser certeira.
O estalar das chaves no cadeado foi sucedido pela abertura do portão. A sombra estampada no interior do celeiro indicava um homem jovem adentrando o cômodo.
PLOC! O golpe fora desferido por Alcebíades. A testa de Olivença ficou parecida com as cataratas de Nova Iguaçú. O sangue escorria em volta dos olhos. O capataz ainda teve tempo de olhar para Alcebíades, que lamentava a dor no braço quebrado. Tentou sacar a arma, mas a escuridão tomou a sua visão. Com uma rodadinha de cinema, caiu aos pés de Alcebíades.
Será que Olivença partiu para a cidade do pé junto? E Alcebíades? Buscará a vingança? Ou irá pedir perdão da merda que fez na cabeça do jagunço, na Igreja Universal mais próxima?
Fique esperto e não perca o próximo capítulo!
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Sol e Lágrimas - Cap. IV
Por: Alexandre Mendes
Alcebíades tremia mais que uma britadeira no asfalto. Seu coração palpitava acelerado. Antes que pudesse desamarrar o cordão da sua calça, sentiu um embrulho forte no estômago. Teve ânsia de vômito e colocou as mãos na boca. Mas já era tarde demais... O que parecia sair por cima, forçou a sair o que parecia sair por baixo. Demorou cinco segundos para a sala ficar empesteada com o cheiro. Seu Sebastião levou a mão até o nariz. - Seu cagão! Você me paga! - Disse enquanto virava o facão de lado e erguia-o. Soltou uma pancada forte na cabeça do velho emporcalhado, que caiu desmaiado no assoalho do cômodo...
Abriu os olhos lentamente, enquanto delirava com a dor de cabeça. A princípio, se esqueceu completamente do que havia acontecido durante o dia. Suas pernas, braços, peito e cabeça: tudo estava doendo. Fixou os olhos no horizonte e não reconheceu o teto de madeira e telha colonial. O teto do casebre dele era de palha.
De repente, um estalo em sua mente o fez lembrar do ocorrido. Percebeu que estava deitado num amontoado de palha e sua roupa - de trapo remendado - estava molhada em seu corpo.
Sentiu calafrios devido a corrente de ar que entrava pelas frestas de um enorme portão de madeira fechado.
"Um celeiro abandonado. Eles me prenderam aqui." Pensou Alcebíades. "O que foi que eu fiz para merecer isso?"
Tentou se levantar apoiando o peso do seu corpo no braço direito e uma forte dor o impediu: estava com braço quebrado. Concluiu que apanhara mais um pouco, enquanto estava apagado.
Olhou ao redor e não percebeu nenhuma saída aparente. Pensou: "Meu Deus! Será que morrerei aqui?"
Tentou se levantar novamente, usando o braço esquerdo e conseguiu.
Apesar do "banho " que levara, seu corpo ainda cheirava muito mal.
A tonteira que sentia foi contida, após passar um belo tempo escorado em uma das paredes do celeiro.
Começou a tatear o local, afim de achar uma saída; uma tábua solta na parede, quem sabe.
De repente, o silêncio foi cortado por barulho de pegadas, amassando folhas secas, na direção do portão do celeiro abandonado. Alcebíades não teve dúvidas: A vítima ficaria de frente com seu algoz, a qualquer momento.
E agora? O que Alcebíades fará? Será o triste fim do velho agricultor? E Odimar? Por onde esse filho da puta andará?
Não deixe de ler o episódio V!
Alcebíades tremia mais que uma britadeira no asfalto. Seu coração palpitava acelerado. Antes que pudesse desamarrar o cordão da sua calça, sentiu um embrulho forte no estômago. Teve ânsia de vômito e colocou as mãos na boca. Mas já era tarde demais... O que parecia sair por cima, forçou a sair o que parecia sair por baixo. Demorou cinco segundos para a sala ficar empesteada com o cheiro. Seu Sebastião levou a mão até o nariz. - Seu cagão! Você me paga! - Disse enquanto virava o facão de lado e erguia-o. Soltou uma pancada forte na cabeça do velho emporcalhado, que caiu desmaiado no assoalho do cômodo...
Abriu os olhos lentamente, enquanto delirava com a dor de cabeça. A princípio, se esqueceu completamente do que havia acontecido durante o dia. Suas pernas, braços, peito e cabeça: tudo estava doendo. Fixou os olhos no horizonte e não reconheceu o teto de madeira e telha colonial. O teto do casebre dele era de palha.
De repente, um estalo em sua mente o fez lembrar do ocorrido. Percebeu que estava deitado num amontoado de palha e sua roupa - de trapo remendado - estava molhada em seu corpo.
Sentiu calafrios devido a corrente de ar que entrava pelas frestas de um enorme portão de madeira fechado.
"Um celeiro abandonado. Eles me prenderam aqui." Pensou Alcebíades. "O que foi que eu fiz para merecer isso?"
Tentou se levantar apoiando o peso do seu corpo no braço direito e uma forte dor o impediu: estava com braço quebrado. Concluiu que apanhara mais um pouco, enquanto estava apagado.
Olhou ao redor e não percebeu nenhuma saída aparente. Pensou: "Meu Deus! Será que morrerei aqui?"
Tentou se levantar novamente, usando o braço esquerdo e conseguiu.
Apesar do "banho " que levara, seu corpo ainda cheirava muito mal.
A tonteira que sentia foi contida, após passar um belo tempo escorado em uma das paredes do celeiro.
Começou a tatear o local, afim de achar uma saída; uma tábua solta na parede, quem sabe.
De repente, o silêncio foi cortado por barulho de pegadas, amassando folhas secas, na direção do portão do celeiro abandonado. Alcebíades não teve dúvidas: A vítima ficaria de frente com seu algoz, a qualquer momento.
E agora? O que Alcebíades fará? Será o triste fim do velho agricultor? E Odimar? Por onde esse filho da puta andará?
Não deixe de ler o episódio V!
terça-feira, 12 de abril de 2011
Freada brusca
Por: Alexandre Mendes
Acabei de ver uma cena que me chocou. Mas, para que vocês possam entender o boom da cena para mim, é necessário que voltemos ao dia anterior. Eram oito horas da manhã. Estava no interior de um ônibus que começava a subir a serra de Piratininga. Logo nos primeiros metros, me defrontei com um atropelamento. Um carro vermelho parado no acostamento. Um homem com camisa de botão desce do carro com as mãos na cabeça. Parecia estar pedindo perdão. Sua lamúria evidenciava que o acidente acabara de acontecer.
No chão, um homem branco, com os braços estirados na direção do acostamento. A camisa estava dobrada até o alto do peito. Mamilos e umbigo a mostra. Sua cara estava mutilada devido aos cacos de vidro do parabrisa do carro.
O motorista colocou as mãos na cabeça e pegou seu celular.
O que mais me impressionou foi o fato da vítima estar com uma bermuda amarela, abaixada até a altura dos joelhos. A cueca preta apontava que a vítima era do sexo masculino.
A princípio pensei: Um estranho morreu e daí?
Agora passo pelo mesmo lugar do acidente e vejo um grupo de pessoas. Um homem está no centro deles e parece estar homenageando o coitado que morreu aqui, ontem de manhã. Puxa, então pensei: Quem não significa ninguém pra mim, pode ser muito triste para alguém que fica. As pessoas temem perder seus entes e amigos mais próximos. Pessoas que deixam muita saudade para alguém.
Foi então que me lembrei de como eu tinha medo da morte quando era pequeno. Ah! Meus cinco, seis anos! Eu sonhava com prédios desmoronando na minha cabeça. Eu pulava de um bloco de concreto para o outro, para não morrer debaixo dos escombros. Eu sempre sobrevivia...caramba!
Eu tinha um amigo que era filho do vizinho, e ele trazia seus carrinhos e brincávamos na varanda da minha casa. Nossa amizade durou até a copa de 82. Ele tinha apenas oito anos. Um tumor tomou conta do seu cérebro e ele morreu no finalzinho da copa. Fiquei transtornado com a morte dele, assim como aquelas pessoas que homenageavam o defunto na estrada.
Mas a morte é um conceito que acompanha o homem, desde a sua concepção, até o seu encontro com ela.
Quanto mais nos aproximamos do fim das nossas vidas, mais nos conformamos com a chegada da morte.
Acabei de ver uma cena que me chocou. Mas, para que vocês possam entender o boom da cena para mim, é necessário que voltemos ao dia anterior. Eram oito horas da manhã. Estava no interior de um ônibus que começava a subir a serra de Piratininga. Logo nos primeiros metros, me defrontei com um atropelamento. Um carro vermelho parado no acostamento. Um homem com camisa de botão desce do carro com as mãos na cabeça. Parecia estar pedindo perdão. Sua lamúria evidenciava que o acidente acabara de acontecer.
No chão, um homem branco, com os braços estirados na direção do acostamento. A camisa estava dobrada até o alto do peito. Mamilos e umbigo a mostra. Sua cara estava mutilada devido aos cacos de vidro do parabrisa do carro.
O motorista colocou as mãos na cabeça e pegou seu celular.
O que mais me impressionou foi o fato da vítima estar com uma bermuda amarela, abaixada até a altura dos joelhos. A cueca preta apontava que a vítima era do sexo masculino.
A princípio pensei: Um estranho morreu e daí?
Agora passo pelo mesmo lugar do acidente e vejo um grupo de pessoas. Um homem está no centro deles e parece estar homenageando o coitado que morreu aqui, ontem de manhã. Puxa, então pensei: Quem não significa ninguém pra mim, pode ser muito triste para alguém que fica. As pessoas temem perder seus entes e amigos mais próximos. Pessoas que deixam muita saudade para alguém.
Foi então que me lembrei de como eu tinha medo da morte quando era pequeno. Ah! Meus cinco, seis anos! Eu sonhava com prédios desmoronando na minha cabeça. Eu pulava de um bloco de concreto para o outro, para não morrer debaixo dos escombros. Eu sempre sobrevivia...caramba!
Eu tinha um amigo que era filho do vizinho, e ele trazia seus carrinhos e brincávamos na varanda da minha casa. Nossa amizade durou até a copa de 82. Ele tinha apenas oito anos. Um tumor tomou conta do seu cérebro e ele morreu no finalzinho da copa. Fiquei transtornado com a morte dele, assim como aquelas pessoas que homenageavam o defunto na estrada.
Mas a morte é um conceito que acompanha o homem, desde a sua concepção, até o seu encontro com ela.
Quanto mais nos aproximamos do fim das nossas vidas, mais nos conformamos com a chegada da morte.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Sol e Lágrimas - Cap. III
Por: Alexandre Mendes
A sala de Seu Sebastião parecia mais um cômodo de filme terror. Diversas cabeças empalhadas de animais enfeitavam as paredes do lugar. A mesa de Seu Sebastião era adornada nas laterais, com desenhos e símbolos desgastados, indecifráveis por causa do tempo. Em cima dela, um telefone preto bem antigo, daqueles que fazem barulho de sirene ao tocar.Um cinzeiro preto de madeira, repleto de bingas de fumo de rolo era usado como peso de papel, no centro a mesa. Uma escarradeira de prata fazia parte da decoração, ao lado direito da cadeira do seu senhor.
Aliás, o que se via no interior do aposento era apenas um velho sentado atrás de uma mesa. Para Alcebíades, a cena representava o capeta sentado em seu trono, no inferno.
- Muito bem, Olivença. Pode deixar o matuto aqui. Vai te embora.
- Sim, sinhô. - Disse o capataz, tirando o chapéu com a mão esquerda, enquanto guardava a arma na cinta com a mão direita.
- Pois bem, Alcebíades. Mandei te trazer aqui, porque quero notícias daquele safado do seu filho. Me diz onde ele está escondido.
- Mas patrão, o sinhô já não tinha posto uma pedra nisso tudo? - Alcebíades argumentou com a cara pálida de medo e o coração batendo forte. - Ele foi embora daqui. Não o vejo há três anos.
- Quê, quê, quê... não se faça de bobo. Olha que eu aplico a punição dele em você! - Disse o fazendeiro puxando um facão escondido embaixo da mesa. O homem cruel apontou a arma na direção do membro murcho do pobre empregado.
- Eu não sei! Te juro, patrão! O sinhô não desistiu de castrar ele e o mandou embora daqui? Ele foi embora, fugiu, nunca mais eu vi!
Seu Sebastião fechou a cara. Seus olhos enrugados, enrugaram-se mais ainda. Sua respiração se tornou ofegante como a de um touro enfurecido. Empurrou a cadeira para trás, com um só movimento pélvico. Ficou de pé. Caminhou na direção de Alcebíades, com passos de lobo faminto. Empunhou a arma no pescoço de Alcebíades e ordenou com uma voz diabólica:
- Abaixa as calças!
Não percam o próximo episódio!
A sala de Seu Sebastião parecia mais um cômodo de filme terror. Diversas cabeças empalhadas de animais enfeitavam as paredes do lugar. A mesa de Seu Sebastião era adornada nas laterais, com desenhos e símbolos desgastados, indecifráveis por causa do tempo. Em cima dela, um telefone preto bem antigo, daqueles que fazem barulho de sirene ao tocar.Um cinzeiro preto de madeira, repleto de bingas de fumo de rolo era usado como peso de papel, no centro a mesa. Uma escarradeira de prata fazia parte da decoração, ao lado direito da cadeira do seu senhor.
Aliás, o que se via no interior do aposento era apenas um velho sentado atrás de uma mesa. Para Alcebíades, a cena representava o capeta sentado em seu trono, no inferno.
- Muito bem, Olivença. Pode deixar o matuto aqui. Vai te embora.
- Sim, sinhô. - Disse o capataz, tirando o chapéu com a mão esquerda, enquanto guardava a arma na cinta com a mão direita.
- Pois bem, Alcebíades. Mandei te trazer aqui, porque quero notícias daquele safado do seu filho. Me diz onde ele está escondido.
- Mas patrão, o sinhô já não tinha posto uma pedra nisso tudo? - Alcebíades argumentou com a cara pálida de medo e o coração batendo forte. - Ele foi embora daqui. Não o vejo há três anos.
- Quê, quê, quê... não se faça de bobo. Olha que eu aplico a punição dele em você! - Disse o fazendeiro puxando um facão escondido embaixo da mesa. O homem cruel apontou a arma na direção do membro murcho do pobre empregado.
- Eu não sei! Te juro, patrão! O sinhô não desistiu de castrar ele e o mandou embora daqui? Ele foi embora, fugiu, nunca mais eu vi!
Seu Sebastião fechou a cara. Seus olhos enrugados, enrugaram-se mais ainda. Sua respiração se tornou ofegante como a de um touro enfurecido. Empurrou a cadeira para trás, com um só movimento pélvico. Ficou de pé. Caminhou na direção de Alcebíades, com passos de lobo faminto. Empunhou a arma no pescoço de Alcebíades e ordenou com uma voz diabólica:
- Abaixa as calças!
Não percam o próximo episódio!
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Sol e Lágrimas - Capítulo II
Por: Alexandre Mendes
O percurso do milharal a casa grande foi muito árduo para Alcebíades. Ele, um senhor de sessenta e dois anos, caminhando a passos largos pela estrada de terra: o capataz a cavalo, ele a pé. Sua botina fazia um ruído engraçado, devido ao suor. Sua respiração parecia mais um barulho de trem desgovernado e seu corpo transpirava horrores sob o sol de quarenta e cinco graus.
Após meia hora de viagem, os dois chegaram ao portão principal da casa. Olivença ordenou que Alcebíades parasse. Desceu de seu cavalo e o amarrou na cocheira. Alcebíades aproveitou e sentou no chão de terra: estava realmente cansado disso tudo.
- Levanta! - Disse Olivença, que não tirava a mão da pistola na cintura, nem por um instante. – O patrão quer falar com você.
- Você sabe qual é o assunto? – Perguntou o velho, ainda ofegante.
-Não sei, não. Isso é entre você e ele. – Respondeu o capataz.
Caminharam até a escada central. Olivença o mandou subir na frente, com a pistola na mão. Ele tinha ordens expressas de seu patrão para atirar em qualquer indivíduo que fosse contrário a suas ordens, dentro do perímetro da fazenda- seu reino- diga-se de passagem, o que significava para Seu Sebastião, a sua fazenda.
Subiram a escada de madeira da entrada principal: o ranger dos seus degraus era bastante sonoro. Se detiveram ao chegar em frente a porta dupla de madeira de lei. Os ornamentos da sua face externa eram maravilhosos. Olivença bateu a argola de um dos touros de prata, que encontravam-se encravados no centro superior de cada porta. O estalar da chave girando na porta, foi imediato. Uma senhora de estatura mediana, com um longo lenço colorido e desbotado, abriu uma das portas. – Entrem. O Sinhô quer ver vocês.
Adentraram o salão da casa pisando, estrondosamente, sobre o piso de tábua corrida. A poeira de suas botas fez uma trilha no caminho. Pararam em frente a uma porta de madeira. O azul da sua última pintura era quase invisível.
A velha empregada bateu na porta e aguardou a resposta. Uma voz aguda se pronunciou do interior do cômodo. – Entrem. – Alcebíades não teve dúvida: era a voz de seu senhor. Já tinha ouvido esse timbre de voz apenas duas vezes em sua vida. Uma vez, quando pediu abrigo e trabalho na fazenda, e outra, quando teve que clamar pela vida de seu filho, o inconseqüente Odimar. O rapaz, que naquela época tinha apenas dezesseis anos, havia sido condenado a castração pelo velho Sebastião. Seu crime: praticar sexo com os animais da fazenda. Alcebíades lembrou de como bebia pinga, durante aquele trágico período de sua vida. Seu filho lhe dera muito trabalho até aquele dia.
Continua...
terça-feira, 5 de abril de 2011
Sol e Lágrimas - Cap. I
Por: Alexandre Mendes
O sol ainda não tinha nem começado a nascer e lá estava Alcebíades, colocando as botas para o trabalho na lavoura. Sua esposa, Dona Adenaide, carinhosamente apelidada pela vizinhança de Nonó, preparava o café na cozinha para ele. - Saco vazio não fica em pé muito tempo, não! Come um pão com manteiga, antes de sair. Toma aqui sua marmita.
Alcebíades colocou o almoço na mochila. Levava algumas ferramentas em uma bolsa de pano, pois se as pusesse na mochila, poderia virar a marmita e o pobre do lavrador não comeria mais nada até chegar em casa, por volta das nove da noite. A viagem da roça de Seu Sebastião, onde ele trabalhava, até sua casa demorava duas horas a pé.
Sua maloca, de teto de palha e paredes de barro e bambu, fora construída por ele e Nonó em meados de 1975, quando eles se casaram. Lembra ele, a alegria que foi quando terminaram de construir o casebre. Compraram uma garrafa de aguardente, do mais barato que tinha na barraca de Seu Jonas. Se embebedaram, logo depois que Alcebíades acendeu a lamparina. A esteira de palha ainda era a mesma da noite de núpcias.
Quantas lembranças Alcebíades teve no percurso até a roça de Seu Sebastião, enquanto cortava atalho pelas picadas na mata, para chegar mais rápido.
Duas horas depois e lá vinha ele entrando pelo portão de arame farpado da roça de milho em que trabalharia naquele dia.
Seu Sebastião era um homem muito rico e poderoso na região de Iporangaba. Seus capangas eram muito cruéis e quem saía do ritmo do trabalho estava sempre passível de ser toturado ou morto.
- Bom dia, Seu Manoel. - Retrucou para o velho porteiro.
- Bom dia. - respondia ele. Aquela cena já se repetia há anos.
O velho agricultor se dirigia até o barracão das ferramentas principais, para iniciar a execução do trabalho.
Enquanto isso, Nonó preparava um guisado de carne de porco do mato e sopa de milho. Sabia que aquele prato era o preferido de Alcebíades.
Foi um pouco antes das duas da tarde que Alcebíades abriu a marmita, sentado embaixo de um pé de camboatá. O sol não estava tão forte e só a sombra do milharal já fora o suficiente para o descanso de Alcebíades.
Não havia acabado de comer ainda, quando Olivença, um dos capatazes do seu senhor, ordenou que o acompanhasse até a casa da fazenda. - Velho, o patrão quer falar com você.- Alcebíades engoliu a seco, pois sabia que nenhum trabalhador, quando convocado a ir até a fazenda, voltava para contar estória.
Não percam o próximo capítulo.
O sol ainda não tinha nem começado a nascer e lá estava Alcebíades, colocando as botas para o trabalho na lavoura. Sua esposa, Dona Adenaide, carinhosamente apelidada pela vizinhança de Nonó, preparava o café na cozinha para ele. - Saco vazio não fica em pé muito tempo, não! Come um pão com manteiga, antes de sair. Toma aqui sua marmita.
Alcebíades colocou o almoço na mochila. Levava algumas ferramentas em uma bolsa de pano, pois se as pusesse na mochila, poderia virar a marmita e o pobre do lavrador não comeria mais nada até chegar em casa, por volta das nove da noite. A viagem da roça de Seu Sebastião, onde ele trabalhava, até sua casa demorava duas horas a pé.
Sua maloca, de teto de palha e paredes de barro e bambu, fora construída por ele e Nonó em meados de 1975, quando eles se casaram. Lembra ele, a alegria que foi quando terminaram de construir o casebre. Compraram uma garrafa de aguardente, do mais barato que tinha na barraca de Seu Jonas. Se embebedaram, logo depois que Alcebíades acendeu a lamparina. A esteira de palha ainda era a mesma da noite de núpcias.
Quantas lembranças Alcebíades teve no percurso até a roça de Seu Sebastião, enquanto cortava atalho pelas picadas na mata, para chegar mais rápido.
Duas horas depois e lá vinha ele entrando pelo portão de arame farpado da roça de milho em que trabalharia naquele dia.
Seu Sebastião era um homem muito rico e poderoso na região de Iporangaba. Seus capangas eram muito cruéis e quem saía do ritmo do trabalho estava sempre passível de ser toturado ou morto.
- Bom dia, Seu Manoel. - Retrucou para o velho porteiro.
- Bom dia. - respondia ele. Aquela cena já se repetia há anos.
O velho agricultor se dirigia até o barracão das ferramentas principais, para iniciar a execução do trabalho.
Enquanto isso, Nonó preparava um guisado de carne de porco do mato e sopa de milho. Sabia que aquele prato era o preferido de Alcebíades.
Foi um pouco antes das duas da tarde que Alcebíades abriu a marmita, sentado embaixo de um pé de camboatá. O sol não estava tão forte e só a sombra do milharal já fora o suficiente para o descanso de Alcebíades.
Não havia acabado de comer ainda, quando Olivença, um dos capatazes do seu senhor, ordenou que o acompanhasse até a casa da fazenda. - Velho, o patrão quer falar com você.- Alcebíades engoliu a seco, pois sabia que nenhum trabalhador, quando convocado a ir até a fazenda, voltava para contar estória.
Não percam o próximo capítulo.
RebocoCaído nº4
Taí, fresquinho do forno, o novo trabalho do Fabio da Silva Barbosa,o zine RebocoCaído nº4.
Diversos contos, entrevistas, poesias, arte visual e muita criatividade.
Quem quiser dar uma conferida no zine, acesse o link:
http://gfx1.hotmail.com/mail/w4/pr04/ltr/at48/default.png
Diversos contos, entrevistas, poesias, arte visual e muita criatividade.
Quem quiser dar uma conferida no zine, acesse o link:
http://gfx1.hotmail.com/mail/w4/pr04/ltr/at48/default.png
Estou enviando em anexo a versão PDF do Reboco Caído n° 4.
Espero que curtam.
Em tempo: Aproveito para avisar a galera que tem mandado e-mail perguntando sobre as notícias e notas que eu costumava mandar por esta ferramenta, que para agilizar o trampo estou utilizando meios como o twitter (http://twitter.com/RebocoCaido) e o facebook (http://pt-br.facebook.com/people/Fabio-Da-Silva-Barbosa/100001499276706), além do já tradicional blog (www.rebococaido.blogspot.com). É só ir neles.
Mais:
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- www.comunidadeeditoria.blogspot.com/
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