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quarta-feira, 19 de abril de 2017

Ah!

Eu queria ser forte o suficiente
e mudar o mundo com o poder da mente
Entortar canhões, ver sorrisos contentes
Ah! Como eu queria!

Eu queria saciar a fome do mundo
e expurgar o político vagabundo
Limpar tudo aquilo que é imundo
Ah! Como eu que queria!

(A minha cara é bem feia, mas o meu coração é do tamanho de um planeta!)​
 
Alexandre Mendes 
 
★ 12/03/1977
✞  17/04/2017

sábado, 8 de agosto de 2015

Animal Planet

Auau-miau-piu-piu
vai pra puta que o pariu
mehehehe- cococó- muuuuuu
vai tomar no seu cu
Grrrrrrr-Roooooaaaaar
Me erra! Vai cagar!
Não sei o que eles dizem
quando olham para mim
talvez queiram expressar
o que sentem, enfim
O reino é animal
Homens por cima
Animais por baixo
Mas não tentem provocá-los
dentro de seu próprio espaço



domingo, 22 de março de 2015

Meia Hora

  Seu Olegário tinha o trabalho de vigiar casas bonitas de gente rica, durante o turno noturno. Apesar das rugas, dos cabelos grisalhos, da hérnia de disco e da aposentadoria, ele tinha dois sonhos: uma churrasqueira e uma piscina. Aliás, dois sonhos e uma realidade: um fusquinha meia-meia azul desbotado, descarga amarrada, trinta por cento plastik.
  Suzany era uma moça bonita. Trabalhava em um fast food e estudava à noite. Seu salário mal dava para ajudar os pais com as compras, tendo em vista os carnês vencidos das suas roupas de marca. Ela tinha um sonho: ser modelo e famosa. Pensando bem, dois sonhos e uma verdade: O ônibus lotado, todo dia, assédio sexual.
 Cabo Oliveira era pm e fazia, naquele dia, oito anos de corporação. A farda batida com o tempo e uma macaca pendurada no ombro direito, tinha o sonho de um dia ser capitão. Além do sonho, uma veracidade: Três filhos e um cachorro. A mulher os abandonara.
 Cleberson era bandido. Vinte e dois anos de pura maldade. Descontava todo o ódio das suas frustrações nas vítimas. Ele tinha um sonho: ser o mais temido de todos. Também tinha uma certeza: a morte breve.
Uma rua. Um dia nublado. Casas velhas com reboco caindo, emparedavam a quadra. Os bebuns no boteco da esquina. A rua de asfalto velho, buracos e quebra-molas conhecidos por quem passava por alí. A velhinha da casa treze ainda não havia acordado e posto sua cadeirinha no portão.
 Seu Olegário passava em primeira marcha no quebra-mola absurdo; Suzany caminhava para o ponto; Cabo Oliveira abria o portão, para sair com o carro. Cleberson, do outro lado da rua o avistou. O Cabo também o viu e a arma sacou.
 Clic-clec-bum! Clic-clec-bum! Cleberson, já no chão, a pistola descarregou.
 Seu Olegário estacionou o fusca, como mandava o muro de tijolos pelados. Suzany sentiu pela primeira vez, o gosto do meio fio, antes de descansar.
 Cabo Oliveira será processado.
 Cleberson foi hospitalizado e virou capa de jornal.
 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

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domingo, 16 de novembro de 2014

Pensamentos de Rodoviária II
                                                                            


sábado, 9 de novembro de 2013

Os Olhos da Terra

Por: Nihildamus


Meninos, eu vi…
Vaidade das vaidades
e um comendo o outro,
sem ter necessidade;
A lua sobre o sol,
Nenhuma luz pela manhã.
Eu vi a bomba,
vi a queda, vi a lágrima,
desprezo…
Meninos, eu vi…
Ganância e mentira,
ódio e idolatria,
o sol sobre a lua,
luxúria e apatia…
Em um apocalipse eterno,
Até quando durará?
Beije o terço, beije o muro
e ajoelhe para lá
NADA, NADA, NADA
será o seu galardão… 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Coglione

Vivo vivendo
uma vida que vive por mim
dia após dia, tarde, noite, dia, dia,dia...
milésimos, centésimos, segundos e horas
vivo vivendo uma vida que ainda não havia sido vivida
mas quando paro e observo: quantas vidas são semelhantes
momentos alegres, tristes, raivosos, ignorantes,
egoístas e depois, novamente alegres como antes
dia após dia, ano após dezembro
vou vivendo a minha vida, ora discordando, ora refazendo
vida louca vida, já dizia o poeta
caras insanas, opiniões sem metas
mas não importa: amanhã acordarei e continuarei a vivenciar
a vida que o acaso trouxe de um ventre ensanguentado para a superfície deste mundo mal amado...